VINHO BRASILEIRO RESUME-SE A VINHO DE COLONIAL
Vinho colonial,
aqui no Brasil, são vinhos simples, muitos com adição descarada de açúcar e
utilizando-se, de modo geral de uvas americanas, não viníferas, como Niágara,
Bordo, entre outras. A verdade é que existe muito deste vinho por aí. De
fato ainda é consumido por boa parte de consumidores que gostam e ficam nestes
vinhos.
Mas a bobagem é
dizer que o vinho brasileiro resume-se a este estilo. Hoje temos um avanço
reconhecido internacionalmente em função dos vinhos espumantes. Tintos e
brancos estão sendo trabalhados com melhoria de vinhedos e técnicas de
produção, aliás, como no mundo todo. Novos terroir como este da Campanha Gaúcha
vem sendo mapeado e trabalhado por enólogos experientes. Assim é bobagem
afirmar que ficamos só neste estilo de vinho.
VINHO BRASILEIRO É
RUIM
Outra afirmação
intempestiva. Primeiro porque o conceito de gosto e prazer é muito subjetivo.
Diria que não tem vinho ruim e, sim, estragado ou não. Claro que este conceito
de prazer pode ser aumentado com experiência em novos vinhos, conversas e
encontro de vinhos, leitura, enfim, não há outra saída que não experimentar.
Posso dizer que
aqui ou em qualquer lugar deste planeta temos vinhos desequilibrados. E o que é
um vinho desequilibrado? O vinho, em tese, precisa ter harmonia entre açúcar,
álcool e acidez. Quando um sobressai ao outro temos um vinho desequilibrado.
Entendo, por exemplo que alguns andinos com mais de 16% de álcool, nos tintos e
beirando os 15% nos brancos são vinhos desequilibrados e desarmônicos. Eu não
gosto.
Claro que temos
vinhos muito ácidos e irritantemente ácidos, mas são, em geral, os mais baratos
e não podem servir de exemplo a todos.
Importante
ressaltar que nossa vocação, principalmente na Serra Gaúcha e Catarinense, são
vinhos brancos mais ácidos e tintos de médio corpo que seguem este caminho.
Deve-se aos chamados vinhos de montanha, que tem mais frio, mesmo no final da
maturação, não concentrando o açúcar para encorpá-los. Assim como alguns
famosos, como os Barolos e Brunellos com a Nebbiolo e Sangiovese. Bastante
ácidos eu diria. Aí não reclamam compram, pagam bem e, silêncio.
De fato devido ao sucesso dos espumantes brasileiros alguns podem pensar que se resumem a eles. Nem pensar em tal afirmação. Novos terroir, na última década têm sido explorado. Como a Campanha Gaúcha, aí da foto. Que nos traz tintos muito interessantes. A Tannat, aqui por conta de noites mais quentes no final da maturação ganham mais fruta e perdem aquela rusticidade típica da Tannat. Um exemplo de terroir brasileiro. No mesmo caminho a Merot e a Cabernet Sauvignon, por aqui. Brancos com a Viognier, Gewürtztraminer e Sauvignon Blanc também vem sendo apresentado e com qualidade.
Na Serra Gaúcha
uvas esquecidas trazidas pelos imigrantes do Vêneto e Trento estão
ressurigindo, como a Marzemino, Lagrein, Teroldego e Peverela. Um trabalho de
artesãos do vinho. Trabalho, este, que não deve ser ignorado, mas sim exaltado
e apreciado.
Na Serra
Catarinense e Campos de Cima, temos a Sauvignon Blanc e a Pinot Noir,
respectivamente, dando belos resultados.
Portanto, não
fique só nos espumantes.
VINHO BRASILEIRO É
CARO
Mais uma falsa
ideia. Temos preços para todos os gostos e bolsos. Alguns valem quanto pesam,
outros não. Alguns estão completamente fora de propósito no seu valor, outros
não.
Assim como em
qualquer lugar deste planeta. Atire a primeira pedra quem não comprou um vinho,
andino, por exemplo, que pagou caro e não valia metade. Tem vários por aí.
Claro que alguns consumidores ainda são muito vulneráveis aos rótulos e
garrafas. Eu ainda não bebo isto, bebo vinho. Pago pelo vinho não por gorduras
externas.
VINHO BRASILEIRO
TEM MUITA QUÍMICA
Ter muita química
no vinho é uma expressão moderna, quer dizer vinho trabalhado. Uva
desequilibrada nos traz, necessariamente, vinho desequilibrado. Somente sendo
equacionado com química. Correção de açúcar, acidez etc e tal. Normal no mundo
todo.
Claro que se faz
vinho inclusive de uva. Na chamada química gosto de resumi-la assim.
Química
necessária. Todo o vinho para estar pronto depende da química. Não exite vinho
sem aplicação elementos externos que vão ajudá-lo.
Química de
embelezamento. Aquela que se utiliza, as vezes de forma desnecessária, para
enfeitar o vinho, como chip e barricas de madeira, entre outras.
Química do mal.
Bem aqui é pesado, são essências químicas que imitam madeira e outros aromas,
são corantes e coisa e tal. Não vou esmiuçar este assunto porque não é o motivo
da publicação.
Isto,
infelizmente, é feito no mundo. Têm muito vinho aí na casa dos R$ 18,00 que
atravessou o mundo com muitos comerciantes e Governos ganhado em cima e ele
chega para ti na faixa de R$ 20,00. Dois Euros ou um dólar, convenhamos, coisa
boa não é.
Prefiro,neste
caso, um bom vinho brasileiro nesta faixa de preço. E, olha que existem vários
exemplos.
Por fim, lembre-se
melhor um bom sanduíche com mortadela em algum boteco do que um almoço caro e
ruim em restaurante.
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