quinta-feira, 23 de setembro de 2010

CASTAS PEREGRINAS MERLOT


Inicio o capítulo das uvas peregrinas pela Merlot. Alguns chamam de castas internacionais. Eu prefiro chamá-las de peregrinas, porque algumas delas não rodam tanto pelo mundo, portanto não são tão internacionais, mas estão longe de suas casas, como a Semillon.
A Merlot, ao contrário, está espalhada por todo mundo.
No seu berço, em Bordeaux, mais precisamente no Pomerol, produz vinhos muito elegantes, com corpo médio, taninos agradáveis. O Chateau Petrus é um dos mais afamados desta casta.
Ela molda-se à sua terra adotiva com facilidade, adquirindo características próprias do terreno. Muito utilizada no Chile, Argentina e Estados Unidos, primeiro para uvas de corte, dando volume e suavidade para a Cabernet Sauvignon, por exemplo, e após o sucesso estrondoso de seus varietais seus limites de plantação, nestes países cresceram muito.
Demais, eu diria, era uma das minhas castas preferidas mas de uns tempos para cá vem sendo produzidos vinhos muito “prontos” e “fáceis” de beber, como diria os vendedores de vinho. Mas de fato, as minhas últimas tentativas foram um pouco traumáticas.
Gosta climas mais frios que a Syrah e a própria Cabernet Sauvigon e vem encontrando na serra gaúcha um local ideal para desenvolver-se. Que o diga, por exemplo, o Gran Reserva da vinícola Luiz Argenta, um ótimo vinho. Se bem trabalhada, penso que se tornará uma casta ícone da serra gaúcha.
Em geral vem sendo substituindo a Cabernet Sauvignon, tanto nos varietais, como no corte, pois não é tão dura (adstringente) e fechada como a Cabernet Sauvignon. Produz vinhos mais macios e aromáticos, portanto, em termos de Novo Mundo, vinhos mais comerciais do que a Cabernet Sauvignon.

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