A primeira colheita.

 

Há dez anos atrás em uma conversa com um grande amigo ele me diz: "Por que você não vai estudar vinhos?". "Você já estudou francês, adora a França, adora estudar e adora beber vinho".
Foi assim que tudo começou. Um click. Tudo o que tinha era um francês básico enferrujado na cabeça, um paladar pouco conhecimento sobre a bebida e muita, mas muita curiosidade e expectativa pelo que viria pela frente.Nesses anos devorei livros, não tive quase nenhum sábado livre, deixei de viajar, tive aulas maravilhosas, verdadeiras lições de história, sociologia e biologia, bebi muita coisa ruim, bebi muita coisa boa, ri com amigos ao redor de garrafas, chorei com amigos ao redor de garrafas, me embebedei algumas vezes, aprendi a degustar sem engolir, mas o mais importante de tudo: Constarei mais uma vez que querer é poder.Quando comecei a escrever recebi algumas críticas: como alguém que não entende sobre vinho pode escrever sobre o assunto? Mas também recebi muitos elogios daqueles que entenderam que a essência desse blog é justamente dividir o aprendizado, sem pedância.
Ufa! Hoje me dei conta que estou vivendo a minha primeira colheita! Claro, assim como os melhores vinhos, muitas e muitas safras precisam acontecer para se chegar ao requinte de um vinho estruturado. É preciso também envelhecer. Estou no caminho. Mas vendo a bagagem já adquirida estou feliz. Com aquela sensação de dever cumprido.O que me resta agora é agradecer a todos que contribuíram com esse caminho direta e indiretamente. Agradecer aos professores, amigos, colegas, fornecedores e aos escritores.
Mas o meu agradecimento final vai para o meu pai avô, que deve estar me vendo de algum lugar muito divertido, pois foi ele quem me mostrou que desbravar o desconhecido sem se importar com o falatório das pessoas, levando as coisas meio na brincadeira, vale a pena. Me lembro que desde pequena, em qualquer refeição, meu pai se servia (de vinho, água,. Pai ,aprendi a lição : um brinde à vida!