Minha nova paixão

Tudo começou em um viagem entre uma prova e outra surgiu um Chardonnay, passado por madeira  me apaixonei no primeiro gole

Confesso que por preconceito, afora os grandes Semillon e Riesling que foram elaborados para durarem mais de 10 anos na garrafa, sempre tive que os brancos não duram mais que 2 ou 3 anos. Ainda mais um branco passado por barrica, pois sempre dei preferência aos brancos sem madeira, jovens, mineirais ou frutados, mas sempre jovens.  Ledo e saboroso engano.

QUANDO  Abri este  vinho um El Huique reserva Chardonnay, passado por madeira, safra 2004. Rolha em perfeitas condições, sinal de bom vinho pela frente. Muito desconfiada, eis que além da madeira pelo qual passou a safra era mais antiga. Toda a minha desconfiança evaporou-se ao primeiro gole.

Cor amarelo dourado, nariz algo como pêssego, damasco seco e pêra ao fundo o tostado da madeira pelo qual passou. Imaginei na boca, pesado, sem acidez e meio cansado. Oh, nada disto, muito vivo, untuoso e de acidez marcante. Elegante a idade lhe fez um bem enorme. Vinho digno de elogios e aplausos.

A madeira nestes vinhos, junto com o tempo de garrafa transforma estes vinho em perfeitas companhias para , massa com molhos brancos ou que levem ovos.

LEBRANDO QUE  ovo é um grande complicador na hora da harmonização. É pesado e destrói vários vinhos brancos. Mas a untuosidade do branco antigo e barricado combina muito bem com a gordura do leite do queijo e do ovo. Parceria perfeita.

Ou então pode-se apreciá-lo sozinho, nestes dias mais frios quando não se tem vontade de beber um tinto. Em temperatura mais elevada que os outros brancos tem-se todos os aromas e sabores deste vinho.

Mais um preconceito que tinha com vinhos se foi. O branco passado por madeira e com certa idade, quando bem conservado se tornou um dos meus prediletos.

Sem dúvida nenhuma a sua sensualidade me pegou o coração. É um vinho que quando nos damos conta sentimos muito sua falta.