terça-feira, 8 de março de 2011

Mulheres do Vinho , elas provam que atrás de um grande rótulo também existe uma grande mulher

. As mulheres estão revolucionando o mundo do vinho com a sensibilidade e elegância que lhes é peculiar.

Várias áreas econômicas já se renderam aos nosso encantos . A saia já substitui a gravata em cargos importantes de diversas empresas privadas. No mundo do vinho não é diferente. As mulheres brilham cada vez mais e conquistam o mercado internacional com vinhos que aliam sensibilidade e elegância.

O que dizer da a portuguesa Filipa Pato, que seguiu os passos do pai na formação universitária em química e, como “Filha de Pato, Patinho é”. O trocadilho é justificado quando se degusta os vinhos produzidos por ela. Seu pai, Luís Pato, é um dos enólogos mais prestigiados de Portugal, com elogios constantes da renomada crítica inglesa Jancis Robinson, mais uma mulher no mundo do vinho. Com formação em Bordeaux e estágios na Argentina, Filipa promete superar o pai. Ela imprime raça e modernidade aos seus vinhos, produzidos em duas tradicionais regiões portuguesas, Dão e Bairrada.

Outra enóloga que e dona de uma a elegância Maria Luz Marin, que escolheu para seu primeiro projeto a região chilena do Vale de Leyda, situada no Vale de Santo Antonio, ao sul de Valparaiso. A escolha, por si só, já demonstra a força da intuição feminina. Atualmente a região está entre as duas grandes descobertas vitivinícolas do Chile nos últimos anos, junto com o Vale de Limarí, ao norte. A proximidade com o mar e as brisas marítimas criam condições excepcionais para a plantação de algumas variedades, como a Sauvignon Blanc, a Chardonnay, a Syrah e, principalmente, a Pinot Noir. E adivinhe quem produz, no Chile, os melhores vinhos com essa última variedade? Isso mesmo, a Casa Marin, de Maria Luz.

Se por um lado Filipa representa a juventude e a força de um país que precisa de mudanças, por outro Maria Marin é uma empresária e enóloga que decidiu produzir vinhos de exceção em um dos países que mais cresce na produção de vinhos especiais em todo o planeta. Mas os exemplos não param por aí. A encantadora Madame May Eliane de Lencquesaing, proprietária do maravilhoso Chateau Pichon Longueville Comtesse de Lalande, é a única mulher – proprietária e produtora de vinhos – que ostenta o título de Men of the Year, da revista inglesa Decanter. Sua história é impressionante. Ela foi casada com um general francês e fez parte da resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial.

As deliciosas histórias de May Eliane, que teve seu Chateau invadido pelos nazistas durante o conflito, se encontram no livro Vinho e Guerra do Casal Kladstrup (Jorge Zahar, R$ 36). A paixão de Madame May Eliane por seus vinhos encanta qualquer apreciador de vinho…

Ainda em Bordeaux, uma mulher empresta a sua imagem a um dos vinhos mais emblemáticos do mundo, o “Chateau Mouton Rothschild”. A Baronesa Philippine de Rothschild é filha do lendário Baron Philipe, um dos maiores ícones do mundo do vinho. A história que Philippine traz da Segunda Guerra Mundial é mais dramática do que a de Madame May. Capturada pelos nazistas, sua mãe faleceu em Ravensbruck, em 1945. Philippine herdou do pai a personalidade excêntrica e conseguiu manter o prestígio do “Chateau Mouton Rothschild” após a morte do barão, em 1988. Falar desse vinho é “chover no molhado”.

Além do Mouton, ela produz na mesma região os prestigiados “D’Armailhac”, ex-Chateau Baronne Philippe, e “Clerc Milon”, que está entre os vinhos de melhor custo benefício de Bordeaux. Ela também possui um belíssimo empreendimento no sul da França (Languedoc, Roussillon), onde produz vinhos muito interessantes em parceria com produtores locais. Tudo isso sem contar o ordinário e famoso “Mouton Cadet”, o vinho de volume da marca. Além de produzir bons vinhos, o projeto do sul da Franca tem caráter social de destaque internacional. A baronesa vende barricas de 250 litros e engarrafa os vinhos com o nome do proprietário. O valor arrecadado da venda das barricas é doado para projetos sociais. Não bastasse o desafio em seu próprio país, a baronesa deu seqüência ao projeto franco-americano de seu pai no famoso e contestado Opus One, na Califórnia, em parceria com Robert Mondavi, e no suntuoso projeto Almaviva, no Chile, em parceria com a família Guilisasti da Concha y Toro.

A elegante Hélène Garcin-Lévêque é outra francesa a figurar no rol das mulheres do vinho. Com formação em Gestão de Hotelaria, em Lyon, ela herdou de sua mãe o Chateau Haut Bergey, em Pessac, e expandiu o negócio com outras aquisições: Chateau Branon, também em Pessac, Clos L´Eglise, em Pomerol, e Chateau Barde Haut, em Saint Emilion. Casada com o viticultor Patrice Lévêque, Hélène é a imagem da nova era de mulheres do vinho na França. Sem dúvida, uma grande candidata à sucessora de Madame May Eliane. O que mais impressiona é que seus vinhos parecem estar em um cosmos, pois eles se complementam e nunca competem. O “Clos L’Eglise 1998″, primeira safra de sua gestão, já mostrou muita diferença. Esse vinho está entre os mais prestigiados do Pomerol, fazendo sombra a clássicos como “Petrus” e “L´Evangile”. O “Barde-Haut” mostra o que se pode esperar de um Saint Emilion moderno. Nessa propriedade, Hélène segue os passos do garage wine Valandraud, atualmente uma das maiores sensações de Saint Emilion. Em todos esses vinhos, Hélène tem a consultoria do competente e controverso enólogo Michel Rolland. Mas, como a conterrânea Baronesa Philippine de Rothschild, Hélène investiu talento fora do país. Na Argentina, ela montou um projeto visionário chamado Poesia e conseguiu produzir um vinho de terroir com o mesmo estilo de seus Grand Crus franceses.

Sem deixar a Argentina, encontramos outra mulher que faz diferença no mundo do vinho. Durante 30 anos, Alicia Arizu e o marido Alberto, da família proprietária da grande vinícola Argentina Luigi Bosca, estudaram e praticaram, em um projeto experimental, a micro-vinificação e o envelhecimento de diversas castas provenientes de vinhas muito antigas, nas cercanias de Luján de Cuyo. O objetivo do trabalho era elaborar vinhos especiais e suntuosos que colocassem o terroir acima da tecnologia, e a qualidade, acima da quantidade. Desse trabalho nasceu a Viña Alicia, em 1998, comandada pela própria Alicia. Tratase de uma vinícola pequena responsável por vinhos de expressão também chamados de cult wines. São quatro varietais e dois cortes reconhecidos no mundo inteiro. O “Nebbiolo 2003″ foi considerado por Michael Franz, do Washington Post, o melhor vinho dessa casta produzido fora da Itália. Mais um ponto para as mulheres.

Sandra Tavares da Silva Borges, certamente E a mais bela enóloga do mundo, mas não foi a partir de sua beleza que ela conquistou um mundo masculino. O Quinta do Vale D. Maria 2001, produzido no Douro, foi o grande campeão de uma degustação realizada há três anos em Portugal, batendo ícones como o já citado “Mouton Rothschild” e o badalado espanhol “Vega Sicília”. Além de tintos e brancos, Sandra também produz um belo e poderoso Porto Vintage

Na Itália, duas mulheres tiram o fôlego de qualquer na na lindíssima cidade de Rocchetta Tanaro, no Piemonte, Raffaela. A exemplo da Baronesa Philippine de Rothschild, ela traz o vinho no sangue. Falecido há mais de uma década, seu pai, Giacomo Bologna, inventou a Barbera Barricata (foi pioneiro ao colocar vinhos dessa uva em pequenas barricas de carvalho francês), e a inseriu no cenário internacional com seu “Bricco dell Uccelone”. Como Filipa Pato, Raffaela imprime sua personalidade aos vinhos Braida e conquista novos apaixonados pelo seu estilo.

Elisabeta Foradori não é tão intensa como Raffaela nos seus gestos ou palavras, mas na produção de vinhos, nas Dolomitas, leva muitos a compreender as maravilhas do que pode ser realizado quando o amor é um dos ingredientes envolvidos. Atualmente Elizabeta está entre as mulheres mais importantes da Itália. A cada ano seu vinho ganha mais prestígio. A uva que reina no coração de Elizabeta é a fabulosa Teroldego, variedade autóctone da região do Trentino. Seguramente o mais prestigiado vinho dessa região é o seu “Granato”. Apesar disso, seu vinho base, o “Teroldego Foradori”, pode ser considerado um excelente best buy. Em breve, estarão no mercado os vinhos do novo empreendimento de Elisabeta na Toscana.

Diante dessas mulheres – e de seus maravilhosos vinhos –fica minha homenagem a todas nos Com sensibilidade e elegância, em estamos chegando Um brinde ao estilo dessas mulheres notáveis. E das muitas que ainda surgirão nas adegas.”

Muitas felicidades no dia de hoje e sempre.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Parabéns a todas . Mulheres maravilhosas, que valem todos os brindes!

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