O texto que reproduzo aqui não são meus, e eu não vou emitir nenhuma opinião sobre o teor deles.
Eles estão sendo publicados pelo simples fato de que eu sigo acreditando que medidas extremas não são positivas e que devemos favorecer o diálogo e a discussão entre todas as partes.
Eles estão sendo publicados pelo simples fato de que eu sigo acreditando que medidas extremas não são positivas e que devemos favorecer o diálogo e a discussão entre todas as partes.
NOTA DE ESCLARECIMENTO À IMPRENSA EM DEFESA DO VINHO BRASILEIRO
O Instituto Brasileiro do Vinho (IBRAVIN), a União Brasileira de Vitivinicultura (UVIBRA),
a Federação das Cooperativas do Vinho (FECOVINHO) e o Sindicato da Indústria do
Vinho do Estado do Rio Grande do Sul (SINDIVINHO) reafirmam que foram estas – e só
estas – as entidades representativas do setor vitivinícola brasileiro que entraram com
o pedido de Salvaguarda no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Entretanto, contamos com o apoio de dezenas de instituições. Nenhuma vinícola brasileira, de forma isolada, deve ser responsabilizada pelo pedido, feito em 1o de julho de 2011. Várias empresas tiveram informações colhidas, de acordo com a legislação, para embasar tecnicamente o pedido de Salvaguarda. A petição foi apresentada pelo setor, por meio das suas entidades representativas.
A Salvaguarda é um instrumento previsto pela legislação brasileira e internacional,
reconhecido pela OMC (Organização Mundial do Comércio), para regular e equilibrar
as relações comerciais entre os países. É, portanto, uma medida legal e temporária
que objetiva dar condições para que os setores afetados possam, a partir da implantação de um Programa de Ajustes, melhorar sua competitividade e concorrer em igualdade de condições com demais partícipes do mercado. A melhora da competitividade do vinho fino brasileiro possibilitará produtos com mais qualidade, custos menores e preços acessíveis ao consumidor.
É importante ressaltar que não pedimos e não queremos o aumento de impostos
para os vinhos importados! O resultado esperado com a implantação da medida e do Programa de Ajustes é garantir a participação da produção brasileira de vinhos finos no mercado, que nos
últimos anos cresceu apenas para os produtos importados. Dos 91,9 milhões de litros
de vinhos finos comercializados em 2011, apenas 21,3% eram nacionais. Nosso
objetivo é resgatar a nossa capacidade competitiva para permanecer neste mercado e,
se possível, elevar nossa participação em alguns pontos percentuais. Caso contrário, o
setor produtivo nacional corre o risco de desaparecer em poucos anos. Vale ressaltar que, há poucos anos, o vinho fino brasileiro possuía uma participação muito maior no mercado nacional, e o quadro abaixo demonstra como isso se inverteu em muito pouco tempo.
O que se espera são medidas temporárias e transitórias que permitam o reequilíbrio
do mercado, tais como as cotas – que a União Europeia e muitos outros países
aplicam a inúmeros produtos brasileiros. Por que eles podem aplicar estas medidas e a
indústria vitivinícola brasileira não? As regras da OMC são válidas para todos os países
participantes. Com o pedido de Salvaguarda e implantação do Programa de Ajustes, acreditamos
estar garantindo o futuro dos vinhos brasileiros, produto gerado em uma cadeia
produtiva que emprega mais de 20 mil famílias só no campo, e que hoje já alcança
nove estados brasileiros (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas
Gerais, Espírito Santo, Goiás, Bahia e Pernambuco). Além disso, buscamos equalizar os impostos estaduais (ICMS), que vão de 12% a 30% sobre o vinho. Alguns Estados beneficiam com a redução de ICMS as importações de vinhos e tributam os nacionais, inclusive os produzidos no próprio Estado, como é o caso de Santa Catarina e Espírito Santo. Já foram realizadas reuniões com secretarias
da fazenda de quatro Estados para tratar desse assunto.
Nosso objetivo é promover o consumo, criando igualdade de condições de mercado,
sem a necessidade de aumentar o preço (como se tem sugerido, maquiavelicamente,
por quem defende os produtos estrangeiros sem se preocupar com a produção, os
empregos e as agroindústrias nacionais).
Deve ficar claro que a Salvaguarda é uma medida temporária e pode ser facilmente
compreendida, assim como quando o Brasil limita a importação de automóveis do
México, regula a entrada de calçados da China, aceita cotas de comércio com a
Argentina, sofre taxação na venda de suco de laranja para os EUA, é impedido de
vender carne suína para a África do Sul e a Rússia, sofre barreiras sanitárias da União
Europeia para produtos alimentícios, tem cotas para exportar para diversos países,
precisa atender a todas as especificações da legislação para onde exporta, e outros
tantos exemplos. Não somos os primeiros nem os únicos a estabelecer isso. Faz parte
das regras do comércio internacional leal o estabelecimento de princípios que
garantam igualdade de condições.
Estamos trabalhando pela redução de impostos há pelo menos uma década. Já
conseguimos a desoneração dos vinhos espumantes, que antes tinham IPI de 30%.
Agora o IPI dos espumantes – nacionais e importados – é de 20%, mas, por definição
de atos específicos, o percentual cobrado sobre os espumantes é de 10%.
O Brasil possui hoje uma infinidade de vinhos importados. Quando falamos em
estabelecer cotas para os vinhos estrangeiros, isso não quer dizer que queremos
restringir a variedade atual. Se a Salvaguarda for implantada, as cotas de entrada de
vinhos por países serão estabelecidas por uma média dos últimos três anos. O que
queremos é regulação, não restrição. Por fim, para o setor vitivinícola brasileiro, a Salvaguarda não é uma “dádiva”, pois o setor terá, neste período, que implantar medidas de ajuste, principalmente estruturantes, que o auxilie a tornar-se mais competitivo.
As ameaças e pressões comerciais, como a proposta de boicote aos vinhos verde-
amarelos, que têm circulado nas redes sociais e que pretendem restringir a presença
dos rótulos brasileiros no mercado, só aumentam, comprovam e justificam ainda mais
a necessidade de implantação das medidas de Salvaguarda.
Independentemente das interpretações equivocadas divulgadas nos últimos dias,
baseadas no desconhecimento e na falta de informações, reafirmamos nossa firme
disposição em seguir com o pedido de Salvaguarda em defesa do vinho brasileiro.
acho que esta discurssao vai muito alem!
ResponderExcluirdiante destas condicoes o que teremos é uma invasao do vinho argentino que é infinitamente mais competitivo que o vinho brasileiro.
é querida Solange, acho que o tiro vai sair pela culatra…
Chega a ser engraçado, ao invés de melhorar a qualidade do vinho brasileiro vamos satanizar os vinhos importados. Se for o caso, pago mais caro, mas juro que nunca mais compro uma garrafa de vinho nacional, mesmo que seja da casa Valduga, o qual produz vinhos que tanto aprecio.
ResponderExcluirMe sinto envergonhado.
O que deveria estar sendo feito é lutar para reduzir o imposto sobre o vinho nacional.