
Fale a verdade, me diz se olhando esta foto se pode imaginar vinhedos de alta qualidade? Difícil não é.
Esta é a foto do vale com a secagem de pimenta.
Mas ali estão, para mim os vinhedos mais singulares, talvez, no mundo. Pela sua altura, média de 1800 metros, pelo clima, pela geografia do local e pelos seus vinhos.
Os vinhedos deste vale começam em Cafayate numa altura média de 1.600 metros e vai subindo a cordilheira, esgueirando-se por entre as montanhas, seguindo o curso das águas, principalmente o rio Calchaqui que, biblicamente dá vida ao lugar.
No sentido norte, o vale tem a sua direita a serra de Aconquila cujo ponto máximo é 5.600 metros e a sua esquerda a serra do Cajón cujo ponto máximo é 6.400 metros, de pura paisagem lunar pedra e mais pedra.
Em Cafayate, os parreirais estão mais concentrados e mais planos ao redor da pequena vila de Cafayate, também aqui estão os vinhedos antigos, a média por volta de 70 anos.
Mais acima começa a subida do vale e encontra-se aqui e acolá, pequenas quantidades de terra, muito bem escolhidos que produzem vinhos com uma tipicidade única. No vilarejo de Mollinos está a Bodega Colomé e mais acima, perto de 2.500 metros a Finca Tacuil, dos meus prefridos Doña Ascensión, RD Dávalos e RD, todos Malbeec e o segundo 50% Cabernet Sauvignon.
São regiões extremamente secas, pouquíssima humidade e grande altura, o que traz poucos problemas com pragas naturais, como fungos e insetos, tornando-os vinhos orgânicos por natureza. A diferença de temperatura entre dia e noite ideal para vinhos encorpados, calorosos, alcoólicos e densos. Experimentem um Malbec da Colomé e verão o que estou escrevendo. Altura esta essencial pois esta região está no extremo norte da Argentina.
De qualquer sorte são vinhos bem diferentes dos de Mendonza e da Patagônia.
Terra da Torrontés, uvas vinda da Espanha, Rioja, mas que encontra a sua expressão máxima nesta região. São vinhos florais e aromáticos, com boca seca e levemente adocicada de final de gosto prolongado.
Para mim estão na elite dos vinhos brancos, no mundo. Muito se fala de, Verdes do Minho, Chablis, Alsacianos, austríacos e sicilianos, como sendo brancos, raros e de tipicidade, mas esquecem que, aqui do lado, se produz vinho desta categoria, podendo até mesmo ser melhorado, por preços bem mais acessíveis. Eu, pelo menos cito três, San Pedro de Yacohuya, Michel Torino e Crios da Susana Balbo.
Em Cafayate estão as maiores e mais antigas Bodegas da região, como Lavaque, Etchart, Michel Torino e as Bodegas Boutique, como San Pedro de Yacohuya e Las Nubes, responsáveis por vinhos bem mais caros e não tão melhores assim.
Mais acima no vale temos a Colomé, do mega empresário Donald Hess e a Tacuíl de Raul Dávalos.
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